sábado, 14 de janeiro de 2012

HOMENAGEM A UM EX-PRESIDENTE E ESCLARECIMENTO DE UMA GRANDE INJUSTIÇA

A Federação Baiana de Desportos Aquáticos prestou uma homenagem ao autor desse blog quando da realização da reunião de organização da 49ª Travessia Mar Grande Salvador no auditório do Colégio Mendel no Itaigara.
A iniciativa partiu do Presidente dessa Entidade, o Professor Sérgio Sampaio, que vem fazendo um trabalho excpecional à frente da referida entidade. Esse trabalho será divulgado em próximas postagens desse blog.
Para quem não sabe, fomos Presidente da Federação Baiana de Natação, como se chamava antigamente esta entidade, na década de 1960 e fizemos alguma coisa em pról desse esporte, mas, além disto, Sérgio e seus diretores queriam saber a verdade sobre a travessia de 1960 que, segundo os organizadores, não houve vencedor.
Sendo eu uma das poucas pessoas ainda vivas ligadas àquele episodio, desde que até o nadador “vencedor” da prova – Nelson Nogueira da Fonseca – já morreu, muito infelizmente, queria o atual Presidente que eu contasse a uma platéia de mais de 200 pessoas de todo o Brasil, o que de fato ocorreu. Houve ou não houve vencedor?
Antes, contudo, uma explicação se faz necessária para explicar a celeuma: a Federação estava organizando um painel com todos os campeões dessa travessia, desde a primeira até a 48ª – amanhã se fará a 49ª. Junto com a sua equipe de professores, levantou dados de todos os lados, mas quando chegou em 1960 encontraram um vazio, aliás, um grande vazio - não houve vencedor. Mas como?!
Pediu, então Sérgio, que eu esclarecesse a questão, desde que o atleta foi treinado e guiado pela minha pessoa.
Para ujudar ao depoimento, os organizadores do evento fizeram um painel projetado numa tela gigante de um esboço que haviamos publicado em uma de nossa postagens. Ei-lo:

NOSSO PAINEL
Também ajudou muito, um outro painel que a Federação apresentou aos participantes do evento: Mostrava a área controlável da competição. Fora dela é impossível o controle e a segurança da prova.

Com base nesse último painel, podemos hoje demonstrar a situação daquela competição quando resolveram desclassificar “todos” os nadadores que estavam fora da área de controle e de sobra um que a vencia de forma a mais espetacular e legítima possível.
Demonstramos acima que o nadador se encontrava dentro da faixa controlável e os demais nadadores, fora dela. Os traços vermelhos indicam a posição desses nadadores.
Foi o momento decisivo! Paramos o nadador e o instruimos que nadasse em direção ao Farol da Barra. E o que aconteceu?
Quando a correnteza é muito forte, não adianta enfrentá-la de frente. Ela é mais forte que a velocidade do nadador. A tendência é jogá-lo cada vez mais para fóra. A única alternativa é se posicionar ao lado dela e se aproximar da praia gradativamente. Vai acontecer algo mais ou menos assim gráficamente:
As setas pretas indicam o rumo progressimo do nadador, (setas maiores), alternado com recuos para fora (setas menores). A grande seta vermelha indica o sentido da correnteza.
Dessa maneira, o nadador foi se aproximando da Praia ao lado do Farol da Barra, tendo do outro lado o Forte de Santa Maria. Logo após, nadou em direção a esse Forte e em seguida venceu a correnteza existente na ponta dos recifes desse local, alcançando assim o funil de chegada, tranquilamente.
E porquê se deu a famosa desclassificação do nadador. A prova só tinha uma lancha de controle que além de conduzir o Árbitro, carregava uma dezena de convidados do jornal patrocinador. Todo mundo dando palpite. Quando o árbitro viu a maioria dos barcos e nadadores fora da área de controle, desclassificou todos e recolheu os nadadores nessa lancha.
Daí seguiu em direção à praia. Para surpresa de todos, havia um barco nas proximidades do Forte de Santa Maria e um nadador seguia em frente absolutamente tranquilo e seguro. Ele ultrapassou nadando os recifes do Forte Santa Maria e em seguida alcançou o funil de chegada. Decisão do árbitro: também esse nadador está desclassificado (?!!). Tivesse a prova outros barcos de controle como acontece hoje, e não teria havido a maior injustiça da natação em mar aberto do Brasil.
Momentos da solenidade:




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