Em 29 de agosto de 2010, tivemos a oportunidade de publicar
uma postagem sobre a ex-piscina da Fonte Nova , então denominada Piscina Juracy
Magalhães. Vamos ver o que foi escrito:
Vale lembrar como surgiu a idéia da
construção da piscina da Fonte Nova. Uma equipe de natação da Bahia voltava de
um Campeonato Brasileiro realizado em São Paulo. No mesmo avião, viajava o
Secretário de Obras e Energia do Governo Juracy Magalhães, Tarcisio Vieira de
Mello. O político foi notado e as meninas da seleção, entre elas, Sônia Maria
de Jesus, que mais tarde veio a se tornar campeã sul-americana, dirigiu-se ao
ministro e pediu-lhe que construísse uma piscina olímpica em Salvador. O
secretário do ministro anotou o pedido. Vou fazer toda a força, teria dito o
grande político, infelizmente falecido poucos anos depois no Rio de Janeiro,
num atropelamento.
Cumpriu sua palavra. Semanas depois daquele
contato, o autor desse blog recebeu uma ligação de Raimundo Matta Gantois
requerendo sugestões de como deveria ser construída uma piscina que seria feita
na Fonte Nova, ao lado do estádio. Raimundo era o engenheiro responsável pelo
Departamento de Construções da Secretaria de Obras e Energia
Reunimos todo o material do que havia de
mais moderno no mundo e levamos até presença de nosso primo carnal. Uma piscina
de 50 metros, uma só profundidade, arquibancadas, banheiros, enfim, uma piscina
olímpica para a Bahia. E em 1952 ela foi inaugurada, com instalações incompletas
em verdade, mas uma "grande" piscina.
Dentro de um avião em 1950
Nela, estamos vendo perfeitamente
as pessoas de Nelson Nogueira da Fonsêca, o Jacaré, em pé e Adilson Braga,
sentado.
Adilson foi um grande nadador de
peito, principalmente nos 100 metros.
Nelson foi aquele nadador que
venceu uma Travessia Mar Grande-Salvador legitimamente e foi desclassificado,
bem como todos os demais participantes dessa prova em 1960. Um dos maiores
erros de arbitragem que se tem conhecimento.
É sempre bom lembrá-lo como fez a
Federação Baiana de Desportos Aquáticos durante a reunião geral da 49ª Travessia
Mar Grande Salvador.
Na ocasião, tiveram o cuidado de
mostrar um painel com o percurso do nadador. Enquanto todos os demais nadadores
caíram fora da Barra, Nelson conseguiu passar antes do boião que sinaliza o
local e conseguiu chegar na praia seguinte a do Porto, anterior ao Farol da
Barra. Daí nadou até a Ponta do Forte Santa Maria; venceu a correnteza ali
existente e se dirigiu “vitorioso” até o funil de chegada.
Enquanto isto o árbitro da prova
desclassificava os nadadores que caíram após o boião, dando a prova como
suspensa. Ele veio de fora para a terrra. Não teve o cuidado de verificar que um nadador havia superado essa
dificuldade e vencia legitimamente a prova.
Mas não se protestou contra essa
arbitrariedade? E como. Em meio à discussão um diretor do jornal patrocinador ameaçou
acabar com a Federação: “vou acabar com essa Federação”. Claro que ele não
podia fazê-lo. Teria que acabar com a própria prova. Sem dúvida que a prova
existia por que tinha a aprovação oficial da Federação. Mas deixemos para lá. Não
temos provas. Quase todas as pessoas já morreram, até Nelson, o grande “jacaré”.
Hoje, com mais recursos técnicos, apresentamos o
percurso do nadador com pespectiva a partir do mar. A linha branca é o percurso
vencedor. O losangulo em vermelho seria o barco acompanhante do nadador. Em
seguida, o boião da Barra ((triângulo branco) e à direita os barcos dos
outros nadadores que sairam dos limites oficiais da prova.
Rota de Nelson Jacaré



Nenhum comentário:
Postar um comentário