quarta-feira, 18 de agosto de 2010

AS ORIGENS DA NATAÇÃO DA BAHIA



Ainda não se escreveu as origens da Natação da Bahia como realmente ela aconteceu. Talvez existam ligeiras citações, mas ninguém se deu ao trabalho de pesquisar sua base, talvez pela dificuldade de encontrar elementos escritos de então. Somente uma pessoa que a tivesse vivido e dela tenha participado ativamente, poderia escrevê-la. É o nosso caso, modéstia à parte, que aqui não se coaduna com a necessidade desse relato.

Sentimos esta lacuna desde alguns anos atrás quando, nós próprios começamos a escrevê-la, ainda nos velhos tempos da máquina datilográfica. Infelizmente, este trabalho foi todo perdido num vazamento de água ocorrido em nosso escritório em um fim de semana. Não sobrou nada, desde que as pessoas que acorreram ao local não tentaram recuperar o que havia sido molhado. Não sabiam da importância!

Não diríamos que “tem males que vem para bem”, desde que o material então reunido era muito precioso. Para se ter uma idéia, a maioria das pessoas com quem obtivemos o mesmo já se foi. Perdemos todas as fotos e documentos bem como os depoimentos de ordem verbal. Os depoimentos de Walter Dunha, o Waltinho Acarajé,por exemplo, sobre os acontecimentos havidos na tentativa de atravessar o Canal da Mancha, estavam entre eles.

Por outro lado, contudo, nesse longo tempo desde a perda n’água, o que não deixa de ser irônico – na própria água - o que se tornava muito difícil no que se refere à divulgação do trabalho, ficou extremamente fácil com o surgimento da internet. Um livro, por exemplo, alcançaria poucas pessoas. Pela internet o alcance é incomensurável.

Vale salientar também que o incentivo que recebemos de muitos amigos (Augusto (o Guta) e Hernadez por exemplo) nos fizeram partir para a ação. Argumentam eles e muitos outros que, o autor desse trabalho, participou ativamente dos primeiros momentos da natação de piscina e de águas abertas na Bahia. Sabe de tudo, segundo eles. Por outro lado, como já estamos “avançados” na idade, perder-se-ia a última oportunidade de se contar essa história.

Antes contudo, precisamos dizer quem somos ou o que fomos. Não é enaltecimento que não se precisa disto a esta altura do campeonato, Trata-se de transmitir credibilidade necessária em qualquer trabalho histórico – origens da natação da Bahia. Por outro lado, o tempo apagou as paixões e amadureceu as idéias.

Inicialmente, fomos nadador pelo Santa Cruz na década de 1940. Nadamos por este clube na piscina do Yacht Clube da Bahia. Depois, já adulto, nadamos pelo São Salvador. Fomos presidente do Conselho Técnico de Natação de três presidentes da Federação Baiana de Natação: Enrico Rossi, Carlos Cordeiro e Humberto Oliveira. Antigamente, era este Conselho que fazia as competições em todos os seus pormenores e interpretava os regulamentos. Depois, fomos técnico do São Salvador e Esporte Clube Bahia por longos 20 anos. Por fim Presidente da Federação Baiana de Natação, eleito por unanimidade sem fazer campanha. Os Presidentes dos clubes filiados À FBN elegeram-nos sem sabermos. Posteriormente, uma comissão foi a nossa residência comunicar a nossa eleição. Deram-nos o título de “Rei da Natação da Bahia”. Talvez! Se isto tenha sido verdade, fomos um “rei” democrático e indulgente.

“Dedico este Blog ao meu irmão Clebinho – Cleber Gantois – recentemente falecido. Foi um grande nadador de crawl e borboleta e era uma pessoa maravilhosa. Deixou saudades! Foi uma pena!”. Era o mais moço dos homens da família. Seria preferível que fosse eu!”
Eduardo Gantois

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