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Piscina do Yacth Clube da Bahia
As primeiras competições de natação de piscina na Bahia se deram por volta de 1938 na então inaugurada piscina do Iate Clube da Bahia, fato ocorrido entre 1936/1937. Tínhamos a data precisa e fotos da época, mas, infelizmente, foi uma das matérias perdidas da inaundação de nosso escritório, conforme citamos quando iniciamos este blog.
Pouca gente sabe que esta piscina foi feita pelo Governo da Bahia visando incrementar a natação no Estado. Na oportunidade, A Federação dos Clubes de Regatas da Bahia,(dirigia a natação) o próprio Yacht e os clubes filiados àquela entidade, fizeram um acordo para que todos os clubes filiados à Federação pudessem treinar em suas raias.
Esse acordo foi cumprido durante um certo tempo, apesar das restrições que o grande clube da Ladeira da Barra, sempre colocou. Como é sabido, o Yacth foi sempre um clube de elite, aliás, da mais alta elite de Salvador. Em razão daquela condicionante imposta pelo Governo do Estado e a Federação, era forçado a ceder as suas instalações para toda aquele gente que não era sócia: os meninos e as meninas da Preguiça e de Itapagipe, por exemplo.
Quiz o destino que numa determinado dia o clube encontrasse uma forte razão para quebrar aquele incômodo acordo. Corria o ano de 1954, se não nos enganamos. Uma competição à noite. Disputa acerrida entre as equipes do São Salvador e E.C. Vitória. O primeiro era dirigido por Walter Gonçalves e Tavinho e o segundo por Aurino Almeida. Após a prova dos 100 metros nado livre, moças, com a participação de Mary Gonçaves, filha de Walter, houve um desentendimento no vestiário entre a grande campeã e a atleta Arlete Ribeiro do Vitória. Inadvertidamente, Aurino técnico de Arlete, invadiu o vestiário das moças em litígio. Walter Gonçalves foi atrás e formou-se um grande tumulto. Naturalmente, acorreram ao local dezenas de pessoas de ambos os clubes criando um tumulto generalizado.No local havia um policial fardado. Precipitadamente, o mesmo deu um tiro dentro do corredor onde ficam os vestiários, provocando uma correria geral. Deve ter provocado prejuízos materiais ao clube, mas nada de monta.
Este fato deu condições para que o clube suspendesse, unilateralmente, a cessão de sua séde e piscina aos nadadores e técnicos dos outros clubes. A Federação e os clubes protestaram, espernearam, recorreram ao governo, mas mesmo assim, a suspensão se manteve até os dias de hoje. Fez mais o Yacth: contratou o próprio Aurino, um dos pivôs do tumulto, para professor de natação do clube. Condição “sine qua non”: o clube se afastaria das competições e não mais cederia sua piscina à Federação. Aurino seria apenas um “professor” para ensinar a nadar.(!)
Essa medida prejudicou enormente a natação da Bahia. Atrasou-a por 10 anos. Práticamente prejudicou toda uma geração de nadadores. Somente quando Heraldo Gama Lobo, que tinha sido nadador do clube, assumiu a Comodoria, restabeleceu as relações com a Federação (já Federação Baiana de Natação) e voltou a competir. Antes contudo, afastou Aurino Almeida e contratou Antônio Fernadez como técnico. Hoje o Antônio Fernandez é o Gerente Geral do Clube, por sinal, um grande adminstrador.
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